Filosofia Ágora

Auto ironizar-te a ti mesmo

Marx não foi um pensador convencional, o chamado teórico ou intelectual de gabinete. Ao contrário de muitos filósofos, ele não foi professor universitário. A criação de suas obras resultou sempre de uma intensa atuação política, engajada na luta do proletariado contra a exploração capitalista. Assim, na produção do seu pensamento, Marx já realizou uma de suas ideias fundamentais: a necessidade de unir teoria e prática.
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Segunda metade do século XIX. O desenvolvimento do capitalismo industrial trouxera consequências profundas. A burguesia controlava os governos na Europa ocidental e nos Estados Unidos. Havia eleições, mas só homens mais ricos podiam votar.
As condições de trabalho não podiam ser piores: péssimos salários, jornadas de até 16 horas, exploração do trabalho de crianças e mulheres, total falta de higiene e segurança, proibição do funcionamento de sindicatos, e etc.  Tamanha exploração gerava terríveis problemas sociais: fome, falta de habitação, de hospitais, e de escolas, baixa expectativa de vida, altos índices de mortalidade infantil, etc.
Ex-colonias, como o Brasil, continuavam sendo vítimas de um comércio extremamente injusto, mantidas à força na condição de mercados fornecedores de matérias-primas baratas e consumidores de produtos industrializados, bem mais caros. Com esse mesmo propósito, as potências européias formavam, na África e na Ásia, novos impérios coloniais.
Tensões sociais, lutas e guerras mostravam a extrema e cruel competividade do sistema.
Foi dentro deste contexto histórico que Karl Marx, pensador alemão, criou e desenvolveu sua filosofia.
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21 de out. de 2009

O positivismo no Brasil

A partir do segundo Reinado, o positivismo teve uma forte influência no Brasil, principalmente por meio de Benjamim Constant, em suas aulas na Escola Militar e em sua atuação política.
A crise política e economica desse período encontrou, na filosofia positivista, sua solução ideológica. Com efeito, as idéias por um lado conservadoras e autoritárias, no plano político-social e, por outro, progressistas (a fé sem limites na capacidade das ciências de resolver todos os problemas) pareciam a resposta natual para superar um regime decadente (a monarquia), para justificar os interesses dos novos "barões do café" e para estimular aqueles que já ansiavam pela industrialização.
Compreende-se, deste modo, a grande influência do Positivismo na implantação de uma República ditatorial e totalmente separada da Religião, assim como a reforma educacional com a valorização das disciplinas matemáticas e científicas.
Foi nesse contexto prositivista que se deu a politização dos militares, processo que teria suas principais manifestações na Questões Militar, na proclamação da República, nos dois primeiros governos republicanos, no Tenentismo, na Revolução de 1930 e na Revolução de 1964. Como parte destes últimos fatos, podem ainda ser caracterizados como resultantes da influência positivista: a política de tecnoburocracia; a política de "segurança e desenvolvimento"e, enfim, todo o regime autoritário militar dos últimos vinte anos.
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Apesar da crítica à religião ser essencial ao positivismo, na fase final do seu pensamento Comte propôs a Religião Positica. Seu objetivo de culto, através da veneração dos mortos, principalmente os filósofos e cientistas é a própria Humanidade, denominada o Grande Ser.
Essa igreja seria a base da política positiva, na medida em que pelos seus sacerdotes, os sábios deveriam inculcar na sociedade os princípios morais.
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O fundamental na política positiva é: "o amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim". Só pode haver desenvolvimento social na medida em que o governo mantém a ordem, reprimindo manifestações críticas, sufocando revoltas, enfim, garantindo a paz.
A sociedade deve ser hierarquizada, sendo dirigida pelos proprietários (poder temporal), filósofos, cientistas (poder espiritual), artistas (encarregados de induzir o povo e adotar o plano dos sábios) e aos operários, cabe o trabalho obediente.
Para Comte, não há direitos humanos (conceito metafísico, imoral e anárquico), apenas deveres para com todos. Os direitos expressam o individualismo e devem ser condenados na medida em que protegem os que subvertem a ordem social.
A ideia de igualdade também deve ser rejeitada, pois provoca inveja contra os que ascendem socialmente e desconfiança em relação às autoridades.
O governo deve ser ditatorial, para poder instaurar a nova moral positiva, subordinando os interesses individuais aos coletivos, garantindo a ordem a qualquer custo e proporcionando assim, o progresso industrial.
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Augusto Comte classificou as ciências segundo dois critérios interdependentes.

O critério de generalidade decrescente e de complexidade crescente.

Os objetos de estudo das primeiras ciências são mais genéricos e mais simples do que os objetos das ciências subsequentes, que se tornam mais concretos e complexos.


O critério histórico

A classificação também obedece à ordem histórica do aparecimento das ciências, ou seja, a sequencia em que os ramos do conhecimento foram se libertando das explicações teológicas, metafísicas e se tornando positivas: Matemática, Astronomia, Física, Química, Biologia e Sociologia.


Esta classificação implica em que uma ciência qualquer, por exemplo: a Biologia, não poderia ter surgido como ciência, sem que a anterior, no caso, a Química, se tivesse tornado positiva.

Assim, após a Biologia ter alcançado plenamente a positividade, chegara a vez, em meados do séc XIX, de os estudos sobre a sociedade abandonarem os preconceitos teológicos e metafísicos, para se transformarem numa física social, a Sociologia, com aplicação dos métodos de observação, experimentação, comparação e filiação histórica.
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O único conhecimento válido é o que se baseia em fatos. Por isso, a imaginação deve estar completamente subordinada à observação da realidade sensível e manipulável pela técnica. Consequentemente, abandona-se qualquer tentativa de conhecimento absoluto ou pelas causas; o objetivo é chegar às leis, ou seja, às relações constantes que os fatos possuem entre si. Por um lado, as leis positivas não apresentam valor absoluto, (religioso ou metáfísico): mas, por outro, são invariáveis, no sentido de que são verificáveis em todo universo.
Somente a filosofia positiva, livre da teologia e da metafísica, poderia superar as contradições da humanidade, levando-a alcançar o seu destino de progresso.
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